Educação

Por Uma Educação Libertadora – parte 4

Fábio Zucco

Um Ambiente Pedagógico Diversificado

                Seu filho está completando a idade de entrar na escola e você tem pesquisado já há algum tempo em qual escola matriculá-lo. Tarefa difícil, pois as ofertas são muitas e muito tem que ser ponderado, além, é óbvio, dos custos financeiros. A maior dificuldade é quanto à metodologia de ensino. Como no seu município não há escola pública, pululam aos montes escolas privadas e comunitárias. Há ainda aquelas cooperativas de ensino fundadas por associações de pais e professores. E cada qual tem seu próprio método.

                Você consulta seu vizinho que tem uma filha dois anos mais velha que seu filho. Mas não ajudou muito, já que ele é evangélico e a escolha dele foi quase natural em matricular a filha na escola criada pela sua comunidade religiosa. Você respeita a escolha de seu vizinho, mas definitivamente não é esse o seu caso.

                Um amigo seu mora num bairro vizinho e sugere a escola conservadora das vizinhanças, com uma disciplina com uma pegada militar. Fora de cogitação, você pensa. Nada contra disciplina, mas bater continência ou coisa do tipo, para seu filho não.

Definindo critérios

                Você quer que seu filho desenvolva senso de responsabilidade, como tem tentado incutir nele, além de aprender os conteúdos necessários para se apossar de pelo menos parte da contribuição intelectual da civilização. Você quer enfim, que seu filho desenvolva bons valores e tenha uma formação intelectual sólida. Tudo num ambiente de camaradagem, mas também de cobrança.

                E sua busca pela escola ideal continua. Você até inveja seu vizinho evagélico, que a poucos quarteirões encontrou a escola confessional que para ele é a ideal. Você quase sente falta do ambiente escolar padronizado do Brasil, onde matricular numa escola ou noutra não fazia muita diferença. Só que não! É o seu filho, poxa, e poder escolher não tem preço, mesmo que dê dor de cabeça.

                No entanto, você vive num ambiente capitalista e descobre que alguma alma santa, e ambiciosa, desenvolveu um aplicativo onde consta praticamente todas as escolas de vários municípios, com localização, descrição de ambiente e de metodologia. Tem até depoimento de alunos, além de, é claro, contatos. Você não perde tempo e fica horas pesquisando e mandando mensagens. E, finalmente, descobre uma escola que se adequa às suas expectativas. Fora de mão, mas tem empresa de transporte escolar que faz aquela região. Decidido, seu filho vai estudar numa escola de pedagogia de projetos.

Diversidade

                A saga que eu descrevi acima para a escolha de uma escola, deveria ser a saga de todos os pais. Meu professor de Filosofia Clínica repetia sempre a mesma exclamação: “Como é diversificada a fauna humana”! E é mesmo. Somos muito diferentes, inclusive na forma e no interesse do que aprender. Somos diferentes em valores e prioridades. E se assim é, por que se contentar com um único modelo de escola, com um único modelo pedagógico?

                O projeto de país do movimento O Sul É O meu País supõe uma grande autonomia aos municípios, mas também prevê pouca regulamentação estatal no que tange a quase tudo, inclusive a educação. Num ambiente sem as travas estatais a livre iniciativa floresce. Escolas das mais variadas propostas pedagógicas e dos mais variados custos surgem. Se há uma demanda haverá oferta. Para pais conservadores, haverá escolas conservadoras. Para pais que desejam uma escola focada em disciplina, haverá escolas disciplinadoras. Para pais que priorizam a formação religiosa, as próprias comunidades religiosas cuidarão disso. Lembrando que essas foram as primeiras escolas, sem que com isso houvesse descuido com a formação intelectual. Mas tem pais que desejam que seus filhos estudem num ambiente mais descontraído e informal. Pedagogias nessa linha não faltam, como o exemplo da Escola da Ponte, pedagogia de projeto, escola não-diretiva, etc.

Empoderamento individual

                Fala-se muito em respeito às diversidades, mas a educação definida pelo centralismo estatal pende para a homogeneização do ser humano. E não tem como ser diferente, pois o centralismo exige burocracia e padronização. Somente em uma sociedade de pouca regulamentação, de empoderamento individual, é que pode surgir um ambiente educacional pluripedagógico, com verdadeiro respeito à diversidade. O Sul Livre será um país assim.

                No primeiro artigo dessa série sobre a educação, citei o livro A Árvore Bela, de James Tooley. Nesse livro o autor demonstra que mesmo nas comunidades mais carentes há escolas privadas. São escolas de pouco recurso e muita vontade, a ponto de muitos pais optarem por elas, mesmo tendo escolas públicas gratuitas por perto. A experiência de Tooley é acima de tudo sobre empreendedorismo, traço marcante do sulista. No Sul Livre o educador poderá fazer aflorar seu espírito empreendedor e criar instituições de ensino voltadas para as mais variadas classes sociais, com os mais variados modelos pedagógicos.

Este artigo não é sobre a melhor pedagogia. É sobre a liberdade de escolher a pedagogia que melhor lhe convém. Então, pelo bem de seus filhos e de um ambiente pedagógico que respeite as diversidades, abrace essa causa e . . .

Viva o Sul Livre!

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