Localismo, o Antídoto para as Guerras
Fábio Zucco
Tem rodado pela internet imagens da guerra da Ucrânia. São chocantes. A morte e a guerra somente são idealizadas até o momento em que mostram sua crua face. A partir daí, cai por terra toda e qualquer idealização. E resta a inevitável pergunta: como se chega a isso!?
É para responder essa pergunta que se destina este artigo. Mas também à sua antagônica: como não se chegar a isso? Parece petulância alguém achar que pode mostrar o que provoca e como evitar as guerras, já que elas sempre acompanharam a humanidade desde seus primórdios, ou seja, desde nossos antepassados primatas. A violência, inegavelmente está em nosso DNA, logo, concluem muitos, a guerra é apenas a realização de nosso instinto natural. Bom, violência é uma coisa, guerra é outra. A violência em nível local tem caráter pessoal e é pontual. Guerra é impessoal e, para que faça algum sentido aos soldados e à população, os governos trabalham incessantemente para incutir neles o espírito patriótico e de ódio ao inimigo.
Guerra Moderna
A guerra moderna é bem diferente das guerras medievais e as da antiguidade. E não me refiro ao aparato tecnológico. A guerra moderna é fruto e consequência do Estado moderno. Sem me aprofundar muito em suas características, assunto que já tratei em outros artigos (como nesse, nesse e nesse), a centralização é sua característica preponderante, alijando os poderes locais de recursos e decisões. Aliás, todo o projeto de país do Movimento O Sul É Meu País-MSMP objetiva ser uma alternativa e refutação à centralização de poder.
As guerras são decisões de governo, não da população ou dos militares. Nenhum governo se mantém somente com o uso da força sobre sua população. É necessário também o convencimento através da manipulação da informação, para assim, ter apoio popular ao seu projeto de poder. Não raras vezes guerras foram utilizadas como forma de controle, fazendo com que a população se imbuísse de espírito patriótico e de ódio a um inimigo externo. É penoso reconhecer, mas o ódio une! Canalizando as atenções e energias do povo para um inimigo externo, o governante desvia essa atenção dos problemas internos e justifica sua concentração de poder.
Em outros momentos, já citei a constatação de Hans-Hermann Hoppe de que o Estado Moderno tende sempre a crescer e a concentrar poder, e a democracia representativa não é, de modo algum, freio a essa propensão. Podemos mesmo afirmar que as democracias modernas inclinam-se a virarem tiranias, ditaduras, mesmo que continuem nomeando a si mesmas de democracia. Ideologias como o Liberalismo não estão sendo o suficiente para refrear tal inclinação, como demonstrei anteriormente em outro artigo.
Predomínio dos Maus
Enquanto o Estado ainda é legitimamente democrático, nos moldes de tripartição de poderes e respeito às liberdades individuais, com comércio livre, a economia floresce, o padrão de vida melhora sensivelmente, e a paz é seu corolário.
No entanto, conforme o poder vai gradativamente se concentrando, algo inevitável, pois a democracia representativa atrai para o poder os maus, que sabem como manipular as massas, o jogo político vai sobrepujando os interesses econômicos. Vai-se abandonando o livre comércio e adotando uma economia cada vez mais planificada. Ditames morais passam a ser impostos pelo Estado (assunto que abordarei com mais profundidade em artigo futuro). Nesse instante, ruma-se em direção à guerra. Vide China atual!
O que quero destacar aqui é que a concentração de poder afasta os indivíduos de qualquer decisão, inclusive a de decretar ou não uma guerra. Praticamente todas as guerras que ocorreram depois do advento do estado Moderno, há mais ou menos 600 anos atrás, foi para conquista de território. Sempre se tratou de algum governante querendo intensificar seu poder aumentando o território e a população sob seu controle. O Estado moderno tende à guerra porque tende a concentrar poder. Por isso mesmo que o único antídoto possível às guerras é a descentralização do poder.
História bem conhecida é a do natal de 1914, em pleno front da Primeira Guerra Mundial, quando soldados franceses e ingleses de um lado, e alemães do outro, passam a confraternizar, deixando de lado suas diferenças, que nada tinham de pessoais. Apenas eram manipulados por governantes diferentes. Trocam presentes e até jogam futebol, para depois se despedirem e matarem-se mutuamente. Não porque queriam, mas porque eram ordenados. Aliás, consta que foram punidos pela confraternização.
Esse episódio demonstra que a guerra não é fruto de algum instinto bárbaro, mas de decisões das quais os que mais são afetados, os que matam e morrem, além da população em geral, são excluídos.
Localismo e Paz
Este blog é um projeto que visa dar clareza ao modelo de país proposto pelo MSMP. O Localismo ou Municipalismo é a base dessa proposta, uma vez que através desse modelo de governança o poder – leis e recursos – é diluído entre os milhares de municípios. Não prescinde de um poder central, a União, cujo governante, que poderíamos chamar de primeiro-ministro, não teria autoridade para sequer cogitar qualquer guerra de conquista. Portanto, para evitar dar início a uma guerra o segredo é, em suma, diluir o poder, como propõe o MSMP.
Um mundo em que todos os países fossem regidos pelo Localismo e pelo livre comércio seria um mundo próspero e pacífico. No entanto, o mundo não é assim. E não será mesmo depois da emancipação do Sul Livre. Esse nosso país sulista nunca iniciará uma guerra, mas deverá estar preparado com forças armadas eficientes para a sua defesa. Isso é inegociável!
Outra forma de uma nação se defender contra agressores externos é tendo uma população armada. O direito à posse de arma de fogo é praticamente consenso entre os simpatizantes do MSMP, haja vista tratar-se de direito natural à autodefesa. Embora também, quase todos concordem que isso deva ser deliberado em âmbito municipal. No entanto, é bastante óbvio que um povo armado dificilmente será conquistado.
Existe no ser humano um certo instinto, talvez até uma inclinação, à violência. Isso, todavia, não quer dizer que tal instinto deva degringolar em guerras. Na verdade, a guerra passa a ser algo tão impessoal que é duvidoso se seria, de fato, o emergir de algum ímpeto predador. Antes, eu vejo a guerra como fruto de manipulação e ânsia de poder de governantes inescrupulosos. Exatamente aqueles que mandam milhares ou milhões para a morte, mas não se arriscam a atravessar uma rua desprovidos de seguranças.
Esses senhores da guerra não anseiam pela paz. Mas todos nós outros a almejamos. E se queremos um mundo pacífico, um país pacífico, uma cidade pacífica e uma vida pacífica, temos que reconhecer que há um único caminho: o Localismo. E existe somente um projeto de país que tem em seu cerne todos os expedientes para evitar a concentração de poder e assim evitar guerras.
Viva o Sul Livre – Nação Pacífica
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2 Comentários
Irma Castanheiro Uliano
Sou simpática ao projeto de separação dos três estados há bastante tempo.
Acho que é um projeto muito viável.
Estou disposta a trabalhar no movimento separatista.
Parar de sustentar Norte e Nordeste, já seria motivo suficiente.
Fábio Zucco
Olá Irma. Precisamos mesmo de engajamento. Lembrando, no entanto, que quem está sendo sustentada é Brasília e seus políticos e agregados. Em cada região, em quase todos os estados há movimentos separatistas. Ninguém aguenta mais o centralismo e a usurpação da capital planaltina. O MSMP tem muito que contribuir. Somos o mais atuante movimento separatista, o mais bem articulado e com o melhor projeto de país, focado no municipalismo. Em quase todos os municípios do Sul há uma comissão. Procure a mais próxima de vc e vamos dar mais visibilidades e promover maior conscientização, em busca de um:
Sul Livre – Nação municipalista